As Mil e Uma Noites
As Mil e Uma Noites

Estamos aqui de joelhos agradecendo a existência do Califado de Bagdá. Sem este Califado de Bagdá, não teríamos nada do que é a nossa tecnologia e ciência atuais. A literatura das mil e uma noites de Bagdá vai dizer, séculos antes, tudo aquilo que todas as outras modas e estilos literários vão dizer. Do naturalismo ao impressionismo, do realismo ao simbolismo, do expressionismo ao surrealismo, etc. Até mesmo o divã freudiano se desvela ali.

O apogeu da civilização da humanidade, a meu ver, se deu no Califado de Bagdá quando as caravanas árabes trouxeram da Índia o número zero e os algarismos hindus, que se tornaram arábicos, e daí nasceu a noção dos números negativos, da importância do nada ou do zero, inimaginável para as culturas clássicas de Roma e da Grécia, onde só havia soma, diminuição, multiplicação e divisão. O nada ou o zero não existiam. Só os hindus levavam a sério o nada e inventaram o zero, mas o mantiveram como entidade religiosa como os Maias. Foi no Califado de Bagdá que se inventou, por causa deste zero e destes novos algarismos, a Álgebra, e a Trigonometria que resultou hoje em dia na matemática fractal e em todas as tecnologias eletrônicas e cibernéticas existentes. Sem este Califado de Bagdá, não teríamos nada disso. Além disso, os alquimistas (pensadores e filósofos profundíssimos) vão falar, séculos antes, tudo aquilo que a filosofia européia e germânica vão depois apregoar. Avicenna fala, dois séculos antes, tudo aquilo que Hegel vai apresentar como novidade.

Importante em demasia é o aspecto humano demasiadamente humano do Califado de Bagdá, na figura do Califa Harum Al-Hashid que se vestia de mendigo para ir às periferias de Bagdá para ver como eram tratados os forasteiros, os mendigos, os desconhecidos: ai de quem os maltratasse, porque o próprio Califa os iria julgar. 

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