22.05.2013JFK: jovem e fascinado com Hitler

JFK: jovem e fascinado com Hitler

“Adolf Hitler foi feito da mesma matéria da qual as lendas são feitas”. A declaração não pertence a nenhum líder nazista do Terceiro Reich, mas ao ex-presidente dos EUA, John Fitzgerald Kennedy. Com frases como estas, escritas em seu diário e em cartas enviadas a seus amigos na juventude, o político mostrou o fascínio que tinha na época pelas ditaduras europeias. Um livro que será publicado em breve na Alemanha, e promete ser polêmico, compila essas notas deixadas por um jovem JFK durante uma longa viagem pela Europa. Intitulado “John Kennedy entre os alemães. Diários e cartas 1937-1945″, Oliver Lubrich apresenta essas controversas frases do ex-presidente, deslumbrado com a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini.

 

O autor aborda as emoções políticas de Kennedy, que ficou impressionado com as mudanças que estavam ocorrendo no velho continente. “Eu dormi muito e com uma turnê do American Express, cheguei a Milão. Bela catedral, uma das maiores do mundo. Leio Gunther e cheguei à conclusão de que o fascismo é a coisa mais justa para a Alemanha e para a Itália, o comunismo para a Rússia e a democracia para os Estados Unidos da América”, diz ele em uma nota de 3 de Agosto de 1937.

 

Então, durante uma estadia em Munique, escreveu: “Não há dúvida de que esses ditadores em seus países, graças à sua poderosa propaganda, são mais amados do que fora deles”. E diz que se sente “um grande fã de Hitler”. Dois meses antes do início da II Guerra Mundial, o jovem Kennedy diz: “Minha viagem foi extraordinária. A única oportunidade de experimentar sobre o que vai acontecer é viajar por todos esses países. Entretanto, ainda não acho que haverá uma guerra por causa da oposição da Itália e de uma série de outras coisas”. Essa visão muda radicalmente em 20 de agosto, quando ele diz que a situação tornou-se “crítica” e que “as pessoas esperam uma guerra”.

 

Já nos últimos dias da guerra, Kennedy mostra como ele estava triste pela forma como Berlim ficou. “Tudo está destruído. Não existe uma construção que não está queimada. Em algumas ruas o cheiro dos cadáveres é terrível”. Ele também se refere ao Führer: “A ambição sem limites por seu país, fez dele uma ameaça à paz mundial. No entanto, ele tinha algo misterioso em seu modo de vida e em sua maneira de morrer, que irá sobreviver e crescer. Ele tinha a matéria de que são feitas as lendas”.

 

(do Clarín)

 

(tradução do site de Cesar Maia)

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